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Discriminação profissional e fundamentalismo religioso podem ter aumentado psicopatia

Não existe explicação para a barbárie desta tragédia.

Mas a carta em que menciona pureza e castidade, mais uma demissão, onde a empresa prefere descartar o profissional que apresenta problema, e joga o problema para a sociedade, podem ter acelerado sua psicopatia.

Seitas que se acham as tais, os únicos escolhidos por Jeová, e se isolam do mundo.

Num Brasil que abre igreja em qualquer esquina, sem nenhum critério para se avaliar se são fundamentalistas e fanáticos.

Num Brasil onde o colaborador só serve quando produz, mas quando tem algum problema, a solução é a demissão, é isto que acontece

Empresas com olhos exclusivos para o lucro, e não olham os seus colaboradores como patrimônio da casa, são responsáveis ocultos desta tragédia.

Vejam o histórico do Wellington publicado no IG

Em agosto do ano passado, Wellington Menezes de Oliveira - que entrou atirando e fazendo vítimas na escola Tasso da Silveira, no Rio - foi demitido da fábrica de alimentos embutidos onde trabalhava há dois anos e meio. O motivo, segundo superiores do atirador, foi uma queda repentina de rendimento.



"Houve uma mudança de comportamento e queda de produtividade. Ele não estava atendendo às demandas que lhe eram repassadas e nas conversas com os superiores demonstrava desinteresse pelo que fazia”, diz um dos administradores da fábrica que pediu para que seu nome não fosse divulgado.

Segundo ele, Oliveira sempre foi uma pessoa extremamente fechada e introvertida, mas nunca deu sinais de que poderia cometer uma barbaridade. “Para a gente aquilo era só timidez. Quando houve a queda de produtividade ele demonstrava apatia mas em momento algum houve qualquer sinal de rebeldia. O Wellington sempre demonstrou respeito”, disse o superior.

De acordo com ele, as mudanças de comportamento começaram na segunda metade do ano passado. Oliveira simplesmente ignorava os pedidos dos chefes. Embora tivesse o segundo grau completo, o atirador nunca passou do estágio de auxiliar, o mais baixo na hierarquia da empresa. Começou como auxiliar de serviços gerais e depois de quase dois anos do transferido para o almoxarifado. "Depois que ele passou a desempenhar uma função que exigia mais contato com pessoas houve uma queda de rendimento", disse o superior.

Sua função era atender pedidos dos operadores das máquinas, pegar peças de reposição no estoque e entregá-las ao responsável pela demanda. A remuneração era de pouco mais de um salário mínimo (R$ 545) por mês.

Vizinhança

Segundo vizinhos, Oliveira nunca deu demonstrações de ter qualquer problema ou distúrbio que justificassem a ação.

"Do mesmo jeito que vocês da imprensa se perguntam, nós também nos questionamos sobre o por que de ele ter feito isso", disse Elda Lira, que mora na casa ao lado de Roselene, irmã de Oliveira, na rua Jequitinhonha, Realengo, a poucos quarteirões da escola.

De acordo com Elda, Oliveira morava sozinho há cerca de seis meses em Sepetiba, era um rapaz aparentemente tranquilo e muito discreto, com poucos amigos, e frequentava com a família os cultos em um templo da Igreja Testemunhas de Jeová, em Realengo.

"Ele era muito na dele só que usava muito a internet e a internet pode trazer qualquer coisa para dentro de casa", disse Elda.

A vizinha descartou a hipótese de que Oliveira tenha agido para vingar um suposto filho. "Ele nunca foi casado com alguém, nunca viveu com ninguém nem teve filhos", disse ela.




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