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Capitalismo brasileiro incha e intoxica metade da população

48% da população brasileira está acima do peso, incluídos aí 15% de obesos.

Há 4 anos atrás, esta percentagem estava em 42,7% e 11,4%.

O crescimento dos obesos é de 1% ao ano, dado considerado preocupante pelo Ministério da saúde.

Já o percentual de brasileiros que ingerem bebida alcoólica em excesso aumentou de 16,1% em 2006, para 18% em 2010.

Destes, as mulheres representam o segmento que mais aumentou (8,2% p/ 10,6%).

Também, a bebida é alardeada até pelo Mano Meneses, técnico da seleção brasileira, e viculada a mulher "boa".

 "Mas se você for dirigir, não beba", não é irônico?

O tabagismo está em queda no país, porém está estacionado no segmento feminino. Entre 2006 e 2010 a queda foi de 16,2 para 15,1%.

Entre as mulheres o número das fumantes está estável em 12,7%, sendo que entre as que fumam mais de um maço por dia, houve aumento (3,2% p /3,6%).


O IBGE em 1984 havia identificado 34,8% de fumantes no país. É uma queda significativa.

Não é nada "científico", mas podemos fazer algumas reflexões sobre estes números.

A primeira constatação é a de que o perigo do câncer, tão alardeado no cigarro, e com intensa propaganda que fez efeito, foi substituída pela alimentação desproporcional, sem nehuma propaganda de defesa da população.

A segunda constatação é de que a mulher está colhendo os resultados de sua emancipação. Agora ela engorda e fuma mais, porque está na ponta de várias atividades, preocupando-se em manter sua posição neste mundo cão.

As mulheres têm que se preocupar em dobro para manterem-se em seus cargos, assediados pelos homens e outras mulheres.

Para elas é mais dolorosa esta tendência, pois ela é constantemente confrontada em seu figurino, aspecto que ainda não emancipou-se.

A terceira constatação é o crescimento desenfreado do país, com uma engorda igualmente desenfreada, onde a finalidade deste progresso vai sendo deslocada, do bem estar para o mal estar.

Para que serve então este desenvolvimento, se o homem e a mulher estão sendo jogados a uma condição de perda da saúde?

Saímos de uma magreza abandonada para uma engorda planejada. Só falta o matadouro.

Engordar e alcoolizar-se estão na explicação da pressão da sobrevivência, na compensação por atingir novo patamar, no usufruto da quantidade ilimitada de ofertas desnecessárias.

Um capitalismo de "cara humana", chamado até de socialismo, um mundo cada vez mais individualista e esquizofrênico, pois os perfis ideais são anacrônicos com a verdade e a justiça, a solidariedade.

Um capitalismo devorador de pessoas e excludente, que põe em primeiro plano o eu tomando de tudo, e comendo de tudo, para possuir tudo.

A obesidade é o sinal da sociedade egoísta.

O tabagismo feminino é o sinal da extrema pressão que elas passam.

O alcoolismo crescente é a válvula de pressão para a desumanidade das posições e das ações injustas, tão frequentes.

Resumindo: Estamos nos tornando iguais aos gringos no afã do domínio, e perdendo nossa ginga, e naturalidade. Estamos mais ávidos de poder e glória e menos humanos. Por isso engordamos, bebemos e fumamos.

Depois ficam repaginando as suas fotos no facebook, para esconder as gordurinhas e olheiras, porque a beleza, afinal ainda é padrão a ser seguido.

Beleza exterior, claro; a interior poucos vêem. 

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