É triste ver aonde vai acabar a irupção popular no Egito.
Um Estado ditatorial, onde a supremacia militar neste é inconteste.
E são 30 anos de experiências dos militares nos negócios públicos, de sorte que já apreenderam as técnicas de governança.
Deixaram o movimento popular esbravejar e analizaram seu alcance.
Quando viram que não havia representatividade significativa e poder de fogo bem direcionado, e com muito de expontaneísmo, começaram a cozinhar o galo.
Primeiro circuncreveram as suas ações à praça Tahrir.
Depois colocaram os tanques nas ruas, para demover qualquer exagero, o que ocorreu sem reação popular.
Mais tarde cercaram as manifestações com exigências de documentações.
Por fim, colocaram em cena hordas de puxa-sacos, e empregados estatais, mais a polícia à paisana, para mostrar que há contrapartida do movimento, tirando o foco do ataque ao governo.
Como golpe final, não retiraram Mubarak, e abrem negociações com a oposição e o seu Vice-"Presidente", um outro militar.
Para manter a segurança interna e esvaziar ainda mais o movimento, o governo concede 15% de reajuste salarial a todos os funcionários públicos, incluídos aí os próprios militares.
E este movimento, que tinha tudo para se transformar em uma insurreição esvaziou-se por uma simples razão: não teve direção.
O único representante da oposição conhecido, veio do Exterior, com Mohamed ElBaradei, que é uma incógnita, pois aproveita-se de um movimento social da qual ele mesmo não ajudou a construir, e provavelmente nem represente suas legítimas aspirações. Mas é o que apareceu.
Os militares assim, permanecem sem arranhões no poder, com suas regalias mantidas.
Nós já vimos este filme no Brasil, onde a redemocratização também não arranhou a estrutura militar, que permaneceu em décadas governando nosso país.
Agora, com o movimento esvaziado, a possibilidade é de não acontecer nenhum governo provisório, que prepararia as eleições gerais de setembro, mas destas ocorrerem dentro do calendário estipulado com as regras de Mubarak.
É mais ou menos como as eleições indiretas de Tancredo Neves aqui.
Arrancou-se o poder militar pelas suas próprias regras.
Não é portanto, para se desprezar esta alternativa, uma vez que o movimento social no Egito começa a entrar em refluxo.
O desfecho não será mais de curto prazo, nem nas condições que desejaríamos, mas haverá uma certa abertura, que não alterará significativamente as condições de vida do povo egípcio, órfão de um partido de cunho socialista de fato que o conduzisse para mais liberdade e bem estar
Um Estado ditatorial, onde a supremacia militar neste é inconteste.
E são 30 anos de experiências dos militares nos negócios públicos, de sorte que já apreenderam as técnicas de governança.
Deixaram o movimento popular esbravejar e analizaram seu alcance.
Quando viram que não havia representatividade significativa e poder de fogo bem direcionado, e com muito de expontaneísmo, começaram a cozinhar o galo.
Primeiro circuncreveram as suas ações à praça Tahrir.
Depois colocaram os tanques nas ruas, para demover qualquer exagero, o que ocorreu sem reação popular.
Mais tarde cercaram as manifestações com exigências de documentações.
Por fim, colocaram em cena hordas de puxa-sacos, e empregados estatais, mais a polícia à paisana, para mostrar que há contrapartida do movimento, tirando o foco do ataque ao governo.
Como golpe final, não retiraram Mubarak, e abrem negociações com a oposição e o seu Vice-"Presidente", um outro militar.
Para manter a segurança interna e esvaziar ainda mais o movimento, o governo concede 15% de reajuste salarial a todos os funcionários públicos, incluídos aí os próprios militares.
E este movimento, que tinha tudo para se transformar em uma insurreição esvaziou-se por uma simples razão: não teve direção.
O único representante da oposição conhecido, veio do Exterior, com Mohamed ElBaradei, que é uma incógnita, pois aproveita-se de um movimento social da qual ele mesmo não ajudou a construir, e provavelmente nem represente suas legítimas aspirações. Mas é o que apareceu.
Os militares assim, permanecem sem arranhões no poder, com suas regalias mantidas.
Nós já vimos este filme no Brasil, onde a redemocratização também não arranhou a estrutura militar, que permaneceu em décadas governando nosso país.
Agora, com o movimento esvaziado, a possibilidade é de não acontecer nenhum governo provisório, que prepararia as eleições gerais de setembro, mas destas ocorrerem dentro do calendário estipulado com as regras de Mubarak.
É mais ou menos como as eleições indiretas de Tancredo Neves aqui.
Arrancou-se o poder militar pelas suas próprias regras.
Não é portanto, para se desprezar esta alternativa, uma vez que o movimento social no Egito começa a entrar em refluxo.
O desfecho não será mais de curto prazo, nem nas condições que desejaríamos, mas haverá uma certa abertura, que não alterará significativamente as condições de vida do povo egípcio, órfão de um partido de cunho socialista de fato que o conduzisse para mais liberdade e bem estar
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