Pular para o conteúdo principal

horizonte de conflitos religiosos no Sudão

Retirado do Zenit

Assassinatos recentes ameaçam independência do Sudão


Bispo adverte sobre islamização do norte

YAMBIO, terça-feira, 8 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Uma religiosa de 37 anos de idade é apenas uma das vítimas dos recentes homicídios e sequestros ocorridos no Sudão do Sul, que ameaçam os esforços da nação africana recém-formada, disse o bispo de Tombura-Yambio.

Dom Hiiboro Kussala publicou uma carta aberta pedindo o fim da violência perpetrada pelo "Exército de Resistência do Senhor" (LRA) e pelo seu líder, Joseph Kony, informou Ajuda à Igreja que Sofre.

O prelado disse à agência de ajuda que, hoje, "a ameaça da crescente violência poderia afetar qualquer governo do Sul do Sudão, arruinando os recursos de uma nação jovem que se esforça para proteger seus cidadãos e evitar que outros sejam arrastados para a luta".

Em 7 de fevereiro, anunciou-se que, com 98% dos votos no referendo do Sul do Sudão, a população escolheu a independência do norte.

O atual presidente do Sudão, estabelecido em Cartum, Omar al-Bashir disse que aceitava os resultados oficiais da votação.

Portanto, o Sudão do Sul vai se tornar uma nova nação, o 54º dos estados independentes da África, seis anos após a assinatura do Comprehensive Peace Agreement, que pôs fim à guerra civil no Sudão.

Apesar disso, o arcebispo expressou sua preocupação de que a violência tenha "consequências devastadoras" nos esforços da região para se tornar uma nação independente.

Terror

"Cada dia que termina sem encontrar uma solução para o problema do LRA é outro dia de terror e pânico para os que vivem sob a ameaça constante de novos ataques", disse ele.

Dom Kussala disse que "o problema do LRA em nossas comunidades não encontrará uma solução definitiva enquanto Joseph Kony e outros líderes não estiverem prontos para deixar os bosques".

O bispo informou que "muitas das nossas crianças ainda estão nas mãos do LRA. Não sabemos se estão vivas ou mortas".

"Aqueles que escaparam do LRA estão física e mentalmente marcados pelo sofrimento pelo qual passaram e nunca voltarão a ser os mesmos."

O prelado disse à agência de ajuda que, entre as vítimas conhecidas dos assassinatos, encontra-se a Irmã Angelina, do Instituto St. Augustine, que foi assassinada no dia 17 de janeiro, enquanto viaja para levar ajuda médica aos refugiados do sul do Sudão.

Ele acrescentou que 9 pessoas foram mortas, 7 ficaram feridas e 17 foram sequestradas durante os ataques do LRA em sua diocese, de 22 a 25 de dezembro.

Desde então, a violência continua, disse o bispo, e no sábado passado, 8 pessoas foram torturadas até a morte em um vilarejo a 130 milhas de Tombura.

Mudanças políticas

Ajuda à Igreja que Sofre relatou que os cristãos, em particular, estavam sofrendo ameaças no norte do Sudão, devido às mudanças políticas vividas naquela região.

O bispo auxiliar, Daniel Adwok, de Cartum, advertiu que a região se tornaria menos tolerante com os não-muçulmanos.

"A declaração do presidente (al-Bashir,) várias semanas após a secessão (do sul), afirmava que ele tinha um plano progressivo por meio do qual o Norte se tornaria uma nação islâmica em sua religião e arábica em sua cultura."

O arcebispo continuou: "Até este momento, o governo do norte tem sido indulgente à implementação desta política por temor à secessão do sul, mas agora nada poderá detê-los".

"Agora, em alguns lugares, as pessoas (cristãs e não-cristãs) são interrogadas sobre o motivo pelo qual ainda moram no norte", disse o bispo.

"As pessoas que normalmente trabalham na agricultura têm relatado abusos por parte dos proprietários rurais. Essas pessoas não são bem pagas e, quando reclamam, são ameaçadas com armas."

O bispo disse que muitos cristãos têm migrado para o sul e em sua região pastoral de Kosti, o comparecimento à Missa caiu de 1.000 para 100 pessoas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...