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Rogério Ceni na contramão do futebol dinheiro

Um jogador que permanece no mesmo time é raro nos dias de hoje.

Isto é característica dos jogadores dos anos 60 ou 70.

Mesmo assim, já naquela época começava a exploração econômica dos jogadores,  utilizando seus talentos, numa especulação econômica que foi ganhando uma proporção a ponto de tornar o salário de muitos jogadores, uma verdadeira fábula, de tão alto.

A camisa do time, que antes tinha um valor para o jogador, foi perdendo esta importância, uma vez que desapareceu a referência do jogador com o time, porque há um verdadeiro troca-troca, que destitui o jogador da torcida, a única a manter completamente a fidelidade.

Ao jogador de alto salário, o talento vai caminhando no sentido da remuneração e da perda do ardor pelo time, pela descoberta do ardor pelo dinheiro.

O time perdeu a importância para os empresários do esporte que, se aproveitaram das alterações nas leis que regulamentam o futebol nacional (lei Pelé), tornando-se intermediários entre do jogador , criando muitos problemas para os clubes.

Os clubes para sobreviverem, substituíram as rendas com suas torcidas por grandes patrocínios, sujando os símbolos maiores que estavam as suas camisas, confundindo-os com marcas de produtos.

Os jogadores, em consequência, perderam a liberdade pra usar todo o sua criatividade, porque esta exploração do esportista acabou por aprisioná-los nas regras do marketing.

Quem ocupou este espaço foram os técnicos, que tornaram-se porta-vozes dos jogadores, e os verdadeiros líderes, mesmo sem jogarem, fato triste e estranho.

O que se assiste nas entrevistas é um tal do jogador pensar 10 vezes antes de dizer alguma coisa pois pode ser excluído pelo técnico, muito poderoso. Qeu saudade do Feola, que dormia nos jogos, deixando os jogadores livres para fazerem o que bem queriam. E a democracia corinthiana? Tudo isso coisa do passado

O Jogador Lucas do São Paulo, é um dos poucos que foi formado por fora de toda esta máquina exploratória, e ainda conserva muito da sua alegria e liberdade de jogar.

Ocorre que o garoto ao ser convocado pelo técnico Mano Meneses, disse que iria para a Inglaterra para jogar, e que se não fosse assim, preferia estar jogando no São Paulo, pois não gostaria de viajar tanto para ficar na reserva.

Não deu outra. O superpoderoso Mano, ex-técnico do Corinthians, acabou pondo o menino para escanteio, colocando-o em campo apenas ao final do jogo, tempo suficiente para ele desmontar Mano com sua criatividade.

Mano já está com propaganda de cerveja, usando sem nenhuma ética o cargo que ocupa para ganhar por fora.

E tem os seus jogadores apadrinhados, seguindo na mesma linha de Dunga.

E novamente estamos vendo um filme antigo, com roupa nova.

O futebol não deixou de ser o esporte das multidões, mas agora é também o esporte das multinacionais.

O Campeonato mundial no Brasil, tem um significado político e de alavancagem do desenvolvimento para o país muito grande, e por isso joga-se pesado no controle de tão importante área de esporte.

Os pequenos continuam de fora, os talentos continuam de fora. Há muita exploração econômica e destruição moral dos jogadores que suam o dinheiro e não a camisa.

Rogério, é a grande exceção, pois continua no mesmo clube, não abre mão do seu pensamento, não é nenhuma pessoa extraordinária, muito ao contrário, é simples.

Por isso ele irrita os grandes dirigentes.

Por isso não foi mais convocado, nem se deu de rogado por causa disto.

Muitos vão para o caminho das notas de R$100,00, e o Rogério vai no caminho certo, o 100ni.

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