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Uma reflexão sobre a didática: Como agem alguns professores em classe

Tenho comigo que o professor que possui profundo domínio da matéria de sua área, com opiniões sobre cada linha de pensamento, e abrindo mão de si, discorre sobre todas, sem distorcê-las, ou apresentá-las já com seus defeitos, mantendo a autenticidade de seus autores, está na linha de uma didática com ética.

Agora, o professor, que se assenhora, achando-se o dono do conhecimento(mesmo que tenha muito), e precisa reduzir o estudante à condição de ignorante, sem que o mesmo descubra a sua ignorância (no bom sentido) através da grandiosidade dos conhecimentos oferecidos, e não pela ridicularização, este não tem ética nem didática.

A quantidade de professores que ao falar de um autor, falam de tudo, menos do próprio, tergiversando sobre tudo em volta, geralmente expressando suas vaidades pessoais, sem chegar ao âmago do pensamento do mesmo, é imensa.

Escondem problemas sexuais por trás deste mandonismo intelectual, escondem grandes soberbas do reinado que não possuem, fraquezas intelectuais de pensar livremente, acorrentados que estão, olhem, a quantidade de razões são também inúmeras.

Aí vem o impasse: você precisa fazer aquela matéria durante todo o semestre com o cidadão, que você sabe não irá mudar de perfil, porque seria uma revolução que ele não estão disposto a experimentar.

Assim, quem deve mudar?

Eu, logicamente, fazendo o papel do menino que erra, só para satisfazer o ego do outro.

É antiético, não? Doloroso, impróprio, derrotista, subserviente, mas é o mais fácil.

Ao final, estarão criando o subestudante, o subprofissional, com a subdidática do autoritarismo, dentro de uma capa intelectual.

Tudo muito "democrático e participativo".

Para inglês ver.

Agora, o que provoca esta dificuldade? Transcrevo um artigo que mostra os grandes  problemas que atingem o professor. Leiam, retirei do vermelho

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) detectou que os professores da rede estadual de ensino oficial de São Paulo têm a menor porcentagem da jornada de trabalho destinada a atividades fora da sala de aula de todo país. Apenas 17% da jornada dos docentes paulistas está comprometida com atividades preparatórias e de formação. Já 83% do tempo do professor é dedicado a atividades com alunos em salas de aula.


Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o índice é baixo e leva a uma excessiva carga de trabalho com alunos. "As atividades extraclasses são fundamentais para a qualidade do ensino", alerta a entidade, por meio de nota à imprensa.

O desequilíbrio entre o tempo destinado à preparação de aulas – que deveria incluir formação continuada do docente – e as atividades em sala de aula ajuda a explicar o adoecimento dos professores, aponta a Apeoesp. "Pesquisas mostram alta incidência de doenças da voz, estresse, LER (Lesão por Esforço Repetitivo), tendinites e outras enfermidades entre os professores", descreve a Apeoesp.

A melhor situação identificada pelo estudo ocorre no Mato Grosso do Sul. No estado, os professores têm 50% da jornada destinados à preparação de aulas, correção de trabalhos, tarefas pedagógicas coletivas e formação continuada.

Segundo a Apeoesp, o mínimo necessário é o que estabelece a Lei 11.738/2008, que também trata do piso salarial nacional para docentes. "De imediato, lutamos por no mínimo 33% para atividades extraclasses", propõe o sindicato



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