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Querem que eu sorria?

Querem que eu sorria?


Ora, vão à merda!

Passam o tempo voltados

Para tantas vulgaridades

E ao final querem sorrisos.



Tenho a declarar

Que estou literalmente cheio.



Cheio de tudo.

De repente, tenho a impressão

De que nada tem sentido,

E de que tudo é vazio.



Os fatos mais simples

E os mais complexos e importantes

Não acrescentam

Não enriquecem

Não humanizam.



Há uma superficialidade endêmica

A rodear a esfera humana

Com roupas, comidas, mídias.


Há uma sobreposição de mediocridades

Disfarçadas em necessidades básicas.


Até estes versos são ultrapassados.

Não nego um certo cansaço

Por suportar tanta besteira

Reunida em um só lugar.


Quem vai devolver a infância sem teorias,

Apenas com brincadeiras gratuitas

E desinteressadas?


O avião de minha imaginação acima de todas as nuvens.


Quem vai expulsar o adulto

Assassino

Enterrado a céu aberto

E respirando?


Quem vai conhecer a verdade completa,

aquilo que não precisa ser explicado?


Quero uma paz não experimentada

Uma justiça não escrita

Uma verdade sem comprovação.

Quero uma manhã eterna

Desconhecida da angústia

Onde cantos ecoem

em instrumentos misteriosos

e milhares de combinações de vozes.

Um dia sem sol,

claro por todos os lados,

se houver lados..

sem nascente, nem poente

Um dia sem noite

Esquecido

No antiquário

Da pré história

da humanidade,

arqueológico

futurista

transcendental,

sem trovões

nem relâmpagos

ventanias.


Dia límpido

Rejuvenescido

Das dores.























Tenho profundas dúvidas









Sobre a solidariedade humana.




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