A Religiosidade e o processo de alienação social e político.
Não é necessário muito estudo teológico para saber que a liberdade vivida pelo homem, onde os acontecimentos bons e maus se mesclam, é uma das condições principais da criação.
Se fosse para o homem nascer programado para realizar todas as ações de sua vida de uma forma pré-definida, de que valeria a criação? Para absolutamente nada.
Deus, quando aparece para Moisés na Sarça ardente diz: "Eu vi, eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi seu grito por causa dos seus opressores; pois eu conheço as suas angústias. Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir desta terra para uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel".
Ainda que a palavra de Deus na Bíblia mostre um sem número de situações onde claramente se põe ao lado do homem em sua luta por libertar-se das garras da escravidão e da opressão, vemos várias seitas religiosas retirarem esta característica divina de suas pregações, substituindo por novas formas de dominação.
É o que Marx viria a chamar de ópio do povo, a religião.
Uma forma de fazer as pessoas se acostumarem com suas dificuldades como se fossem naturais, ou como provações enviadas por Deus para nos testar.
Como se consegue desvirtuar o significado das palavras de Deus, a ponto de fazer os fiéis acostumarem-se à submissão e à ordem dos opressores, sem sequer reclamar?
É simples, basta ir substituindo a leitura da Bíblia, pelas pregações dos seus pastores, até se descartar totalmente a palavra lida e meditada.
Já há alguns anos venho observando as características de um tipo de fieis de uma igreja que se acha Universal, que passo a compartilhar, para que se entenda melhor este fenômeno de manipulação midiática.
Primeiramente, é preciso isolar o fiel recém convertido da influência e sua antiga crença e de outras crenças que possam atraí-lo.
Por isto, no processo da "conversão" universal, a raíz dos problemas está no demônio, que entrou na vida do cidadão, por intermédio de outras pessoas, que fizeram algum tipo de "trabalho" para destruí-lo.
É fácil se concluir, que este fiel novo verá nas pessoas ao seu redor, potenciais inimigos dispostos a lhe jogarem alguma mandinga, para conquistar sua riqueza ou por inveja, ou para retirar o marido ou a esposa do casal. Maldades não faltam para se atemorizar.
Assim, a "conversão" se dará através de um progressivo isolamento, onde a "melhor" saída será envolver-se na igreja e seguir unicamente as suas ordens.
De libertado, o fiel passa a ser fechado, de livre, dependente.
Para isto, é preciso que a igreja encontre formas de intervir em todas as dimensões do dia a dia do fiel, ocupando-lhe o seu tempo integralmente para que não consiga mais dicernir quem é, e o que faz, mas de quem é, e o que pode fazer. Nolar, notrabalho, nas relações com os outros, na vida do casal...
Inverte-se o papel do Deus de Moisés, e cria-se o deus da dependência universal.
Esta seita, para abranger todas as dimensões da vida de seus fieis, é obrigada a inventar formas de "libertação", que vão aprisionando cada vez mais.
Sem se dar conta, o fiel entrega tudo o que é, e o que tem, como se esta fosse a vontade de Deus para si.
É um tal de pastor por roupa branca, como o candomblé, nas sextas-feiras; de fazer correntes de libertação, como os católicos; até o átrio do templo de Jerusalém é montado para dar a impressão que a Arca da aliança está lá dentro.
Agora trouxeram um grito de raiva de indignação, numa gritaria patológica e paranóica.
Assim vão criando, e mantendo o seu rebanho bem domesticado e manipulado.
Conversando com fieis desta denominação, cada vez mais percebo que possuem pouco conhecimento da palavra de Deus.
Existe sim, um falso orgulho evangélico, que não se sustenta quando a conversa começa, pois poucos conhecem da palavra de Deus.
Repito, o que conhecem vem preferencialmente das explicações de seus pastores.
Dominando os meios de comunicação impõem uma conversão pelo medo do diabo, e não uma conversão por amor a Deus.
Bem sabemos que o medo do diabo não é caminho de conversão nenhuma, mas de isolamento e exclusão social.
Agora inventaram o supra sumo das invencionices: um "jejum" de informação não religiosa por 21 dias.
Durante este período o fiel não poderá consumir qualquer tipo de informação não religiosa.
Dizem que a intenção é promover uma "faxina espiritual".
Lógico que poderão assistir unicamente o novo canal que colocaram na internet, on line durante 24 horas. Obviamente, não direi o canal.
Depois as pessoas se surpreendem por surgirem andrógenos no mundo, fanatizados e pensando que estão no ano 30 da nossa era, fazendo besteiras aqui e ali.
E vão também escolher mal os seus políticos porque o processo é o do cabresto.
Não precisam discutir o papel dos seus candidatos, mas que são candidatos escolhidos pela igreja, e isto basta. Santa ingenuidade.
Foi tirado o que é mais precioso na pessoa humana, a sua liberdade de escolha.
Até no Paraíso Deus permitiu comer de tudo, de todos os frutos do jardim, embora alertando quanto a árvore que ficava no centro.
Mas aqui não, aqui é garrote e grilhão, disfarçados de palavras mansas.
É preciso esconder os fiéis para que não se percam as fontes "de águas pura$".
Fico indignado e revoltado por ver o meu país deixar este frenesi abestado correr livremente, esta, a única liberdade que deveria ser proíbida.
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