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Pátio dos Gentios: debate entre crentes, agnósticos e ateus. Falta ser realizado no Brasil

Próxima edição do Pátio dos Gentios será em Berlim
Encontro acontece 24 anos após o fim da cortina de ferro, na cidade-símbolo do debate sobre liberdade humana e divina e sobre relação entre religião, moral e arte.
14 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A edição do Pátio dos Gentios que se realizará em Berlim de 26 a 28 de novembro foi apresentada hoje na Sala de Imprensa do Vaticano. O encontro é organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, em parceria com a arquidiocese de Berlim e com a Conferência Episcopal Alemã.
O Pátio dos Gentios é uma iniciativa inspirada por Bento XVI, organizada pelo Pontifício Conselho para a Cultura desde o ano de 2011 e tem como finalidade abrir um espaço de diálogo, em clima de grande respeito, entre crentes, agnósticos e ateus, mediante o debate de alto nível sobre os principais temas culturais e sociais. Já houve edições em 14 cidades europeias e na Cidade do México.
Participaram da conferência de imprensa sobre a edição de Berlim dom Robert Zollitsch, presidente da Conferência Episcopal da Alemanha; o pe. Hans Langendörfer, S.I., secretário da mesma conferência; o Dr. Joachim Hake, diretor da Academia Católica da arquidiocese de Berlim; e o pe. Laurent Mazas, diretor executivo do Pátio dos Gentios.
“Antes mesmo da queda do Muro de Berlim”, diz dom Zollitsch, “e da revolução pacífica de 1989, a metrópole de Berlim já tinha registrado experiências particulares de liberdade. A disputa sobre a justa definição da liberdade do homem e de um humanismo com ou sem Deus conhece em Berlim uma longa história de fatos alternados, que influenciou o seu modo de perceber o secularismo, a religião e a fé”.
Daí a importância de realizar em Berlim o Pátio dos Gentios. “Crentes, agnósticos e ateus se encontrarão aqui para discutir temas como a profundidade do humanismo ético, a grandeza da fé em Deus, a liberdade da arte e da beleza, o respeito pela criação, aspectos e modelos do homem, e também a graça e a dignidade da natureza humana e da devoção”.
Assim, 24 anos depois da queda do muro, da revolução pacífica de 1989 e das suas consequências, “o horizonte das temáticas é muito amplo”, observa Zollitsch, recordando que “Berlim é a cidade do idealismo, a cidade em que Fichte, Schleiermacher, Schelling e Hegel, entre 1790 e 1850, refletiram sobre a liberdade humana e divina e sobre a relação entre religião, moral e arte”.
“É uma questão de identificar as contribuições que os crentes e os humanistas ateus trouxeram a esta história, de acabar com os mal-entendidos, dos quais nós também fomos vítimas muitas vezes em Berlim. E não é por acaso que a abertura tenha como título essa provocação de Dostoievski: 'Se não existe nenhum Deus, tudo é permitido'”.
Entre os eventos do Pátio dos Gentios, figura também um experimento religioso-estético com estudantes universitários e de escolas superiores do Bode Museum de Berlim.
Dom Zollitsch termina a apresentação do evento lembrando que o Pátio dos Gentios “quer mostrar a riqueza e a profundidade da fé católica e expressar a sua estima pelas posições dos não crentes, mas também ver na fé os traços da incredulidade”.

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