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A sociedade dos "puros" e o vandalismo. (em defesa dos "vândalos").




Agora, desde os governantes até as pessoas comuns, estão encontrando uma saída para suas incompetências: chama-se vandalismo.

Um policial militar mata um jovem trabalhador com um tiro no Jaçanã, e não acontece nada.

O policial dá uma versão conveniente, de que a arma disparou acidentalmente, os colegas corroboram com a explicação, contando mentiras como verdades, e tudo fica como está.

Estamos enfastiados de assistir cenas como esta.

Acontece que a água já está entrando nas narinas do povo brasileiro.

Não fossem os jovens do bairro saírem às ruas quebrando tudo o que viam pela frente, e  até o Governador Xuxu teria enfiado a viola no saco, e deixava pra lá, como já fez outras vezes, fingindo  não ser com ele.

Quando caminhões começaram a ser queimados, o Governo Estadual assistindo a cena, não adentrou na rodovia Fernão Dias para colocar ordem, porque a rodovia era do Governo Federal.

Queriam transferir a responsabilidade pelo quebra quebra.

Depois, com tudo já destruído, completaram a versão afirmando que os traficantes estavam se aproveitando da situação para  roubar, etc.

Certamente esta postura de platéia diante do circo pegando fogo, "não foi uma posição de vândalo", mas uma "arte política para desgastar Dilma", eles (o Governador como autoridade máxima) que mataram o jovem.

Vejo pessoas "puras" diariamente atropelando transeuntes e se evadindo, médicos desprezando seus pacientes, cometendo erros fatais, profissionais de saúde aplicando alimentação nas veias de pacientes, atendentes de caixa que só olham o dinheiro, pessoas que não se olham, nem se interessam umas pelas outras. Os exemplos, neste caso, são intermináveis.

Diverte-me os arrumadinhos, os bem vestidos, os "certos".

Podem fazer suas transgressões aqui e ali, mas nunca perderão a (im)postura de cidadãos corretos.

- Sociedade podre é o que é!

- Sociedade exploradora do homem, que não liberta o homem., sociedade do cada um para si!

Estes dias um vereador de uma cidade do Rio de Janeiro declarou do púlpito da Câmara, que "mendigo deveria servir de ração para animais". Ouvi comentários, posteriores,  que "faria mal aos animais". Depois ele desculpou-se. Tarde demais, já sabemos do seu coração.

Este vereador apenas exteriorizou um pensamento que grassa por estes rincões do país, mas que não é afirmado abertamente.

O Brasil está repleto de um fascismo latente.

Da Justiça brasileira, nem se fale. Uma piada!

Afirmo alto, para que todos saibam, que a violência é e sempre será um sentimento puro, incompreensível, mas puro, diante das grandes mordaças, dos freios colocados na boca da gente pobre, que vive nas periferias.

Sociedade podre.

Seu fedor se espalha por todos os ambientes.

Não adianta a tintura colocada na superfície, nem  a crítica aos monumentos pichados, eles que não representam os esculpidos (aliás, os monumentos de hoje são os Shopping Centers e os bancos), porque é fétido o odor que sai desta casta opressora.

Funcionários proibidos de conversar, de sentarem-se (perguntem aos comerciários); os sorrisos obrigatórios, as roupas, hábitos, formas de pensamentos, modos de agir.

Esta sociedade está literalmente enlatada. A liberdade está interiorizada, internetizada, e só.

"É proibido proibir" diz o nome de uma canção de Caetano Veloso, ele que tem proibido a divulgação de sua biografia.

Assisti no Roda Viva esta última segunda, entrevista com o biógrafo de Roberto Carlos, o tal que teve o livro apreendido.

Quando soube o que o cantor fez na justiça contra o historiador, concluí como"é grande o amor do Roberto" pela sua própria história.

Este fim de tacho de cantores que despreza sua historiografia é composta de cidadãos "puros" que não deixam vazar as outras imagens de si mesmos, as imagens reais. Nesta hora ficam uns black blocs.

O fato é que o Brasil precisa recuperar a sua identidade perdida neste emaranhado internacional.

Já não comemos como antes, não bebemos como antes, não dançamos como antes, não cantamos como antes, não rezamos como antes, não conversamos como antes.

Não sabemos mais o que somos, este amálgama de nada, que se expressa como um americano.

Quero um papagaio, uma onda do mar, um grito, vários gritos!

Perder a voz, ficar com a garganta arranhada.

Não há uma instituição que permaneça em pé, incólume.

Depois caem em cima dos Back Bloc"s.

Os Black bloc's são o excremento desta sociedade, nada mais.




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