AGENDA
Passo os olhos nos nomes, fatos
perdem-se no tempo
irrecuperáveis
fulgor que se esvai
destinos encerrados.
Sinto-me, entretanto, a eles atado
rédeas soltas do passado
atravessam um presente atônito
incontrolável.
Escavo passagens
com surpresa desconhecida
não revista.
Questiono rotas
em arqueologia recente
documental.
Não me envergonha
o descontrole
a senilidade.
O presente absolve
co sua abundante
ausência.
(poema "Agenda" do livro "Gota Serena")
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