Uma revolta agita
todo o meu ser.
Não existem palavras
para a quantidade
de violência
e desprezo
que se abate
sobre os pequenos.
O ser humano
se esquece
da condição
Humana:
explora,
suga o máximo,
destrói o que encontra,
em voracidade
incontida.
Não existem
mais valores.
Tudo se aceita
como natural.
Sodoma tecnológica
infesta
a tela
dos corações.
O mundo
dentro
de casa.
O mundo
que se esconde
do mundo
Acendo uma vela.
Reconheço-me
frio e insensível,
incapaz
de lavar-me
de minha
infinita
rigidez.
Aceito-me
perdido
no emaranhado
que também
me enredou,
tornando-me
um estranho
a mim mesmo.
Agora,
apenas uma revolta
se apossa de mim,
crente das descrenças.
Saída irracional
das racionalidades
destruidoras
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