Segundo o Zenit, síte de Roma , o Papa convida luteranos a refletirem sobre conquistas do ecumenismo frente à próxima comemoração do 5º Centenário da Reforma Protestante. Em 2017 acontecerá o aniversário de 500 anos da publicação das 95 teses de Wittenberg de Lutero.(agradeço correção de leitor)
A Reforma protestante projetou a fé à nova expressão da ação realizadora do homem, suscitada pelo capitalismo nascente na Europa.
O cristianismo que estivera preservado durante séculos nos monastérios católicos, dentro de um sistema de vida feudal e monárquico, agora adquiria identidade de negócio individual, bem expresso por Max Weber em "A ética protestante e o espírito do capitalismo".
O protestantismo deflagrou uma crescente rede de igrejas com concepções as mais variadas, de forma que hoje, principalmente as pentecostais, ainda que tenham identidade com o velho luteranismo, quase não possuem mais vinculos doutrinais.
Houveram conflitos de toda sorte, até violentos, mas ao longo dos séculos um e outro voltaram a manter um diálogo sobre suas diferenças.
Atualmente, já se chegou a um consenço sobre a "doutrina da justificação" ente luteranos e católicos. É um avanço.
"Esta Declaração Comum (DC) não contém tudo o que é ensinado sobre justificação em cada uma das Igrejas, mas abarca um consenso em verdades básicas da doutrina da justificação e mostra que os desdobramentos distintos ainda existentes não constituem mais motivo de condenações doutrinais"(declaração conjunta Católico-luterana).
Segundo a compreensão luterana, Deus justifica o pecador somente na fé (sola fide). Na fé o ser humano confia inteiramente em seu Criador e Redentor e está assim em comunhão com ele.
Segundo a compreensão católica a fé é fundamental para a justificação, pois sem fé não pode haver justificação. Como ouvinte da palavra e crente o ser humano é justificado por meio do batismo. A justificação do pecador é perdão dos pecados e ato que torna justo através da graça justificadora, que nos torna filhos e filhas de Deus.
E assim o diálogo vai em frente. Segue abaixo reunião entre o papa e uma delegação da Federação Luterana Mundial, chefiada pelo Bispo Munib A. Younan.
O diálogo não significa necessariamente superação de diferenças, mas de conhecimento delas e disposição em se aprofundar uma reflexão.
Deixo o texto abaixo como referência para quem se interessar. Não é possível se estender sobre os pontos de separação entre as duas doutrinas, pois são muitos os pontos. Em outra ocasião poderemos discutir melhor .
Importante é o fato do mundo estar mais aberto ao diálogo ecumênico.
Chega de guerras religiosas.
Também se avançou bastante no diálogo com os ortodoxos.
É preciso melhorar o diálogo com o islamismo.
A paz é a finalidade. Acreditar na paz.
O Estado laico é fundamental para a manutenção desta paz. A existência de "bancada evangélica" é o prenúncio de uma tentativa de Estado Religiosos Fundamentalista a ser combatido. Cada um pode e deve ter suas crenças religiosas, mas daí a querer impor sua religião a todo o Estado é outra coisa.
Já imaginaram se todos tiverem suas bancadas? Vamos acabar ficando igual aos estados islâmicos que obrigam a todos a seguirem a religião do Estado, e rompendo com as liberdades democráticas de culto, próprias do estado laico.
Segue o documento da reunião realizada
"CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) - Bento XVI expressou hoje sua esperança de que os anos que faltam para o 5º centenário do início da Reforma ajudem católicos e luteranos a refletir sobre o que conseguiram juntos no processo ecumênico e a continuar dando passos neste rumo. Isto foi afirmado ao receber em audiência uma delegação da Federação Luterana Mundial, chefiada pelo seu novo presidente, o bispo Munib A. Younan, que se encontra em Roma, em visita oficial. O Papa, em seu discurso, salientou a importância destes anos de preparação que restam até 2017, quando se cumprirá o quinto aniversário da publicação, por parte de Lutero, das 95 Teses de Wittenberg, um ato que marcou o início da ruptura com Roma. Nesta ocasião, recordou que a Comissão Internacional mista católico-luterana está preparando um novo documento conjunto, semelhante à "Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação", no qual se apresentará "o que os luteranos e os católicos são capazes de dizer juntos, neste momento, com relação às nossas cada vez mais estreitas relações, depois de quase cinco séculos de separação". Além disso, recordou a questão que a Comissão está discutindo nestes anos - "o Batismo e a crescente comunhão eclesial" -, apontando para a questão da eclesiologia como a "chave" do diálogo ecumênico. Esta questão da compreensão da Igreja como o principal pólo do diálogo ecumênico tinha sido apontada pelo presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Kurt Koch, em seu discurso na sessão plenária deste dicastério, no último dia 19 de novembro. O Pontífice afirmou que "os católicos e os luteranos estão chamados a refletir novamente sobre aonde nos levou nosso caminho rumo à unidade, e a implorar a guia e a ajuda do Senhor para o futuro". Também quis lembrar a visita anterior, de 10 de novembro de 2005, de uma delegação da Federação, chefiada pelo então presidente, Mark Hanson, antecessor do bispo Younan. Na ocasião, recordou o Papa, "tive a alegria de receber seus antecessores e de expressar a minha esperança de que o contato estreito e o diálogo intenso que haviam caracterizado as relações ecumênicas entre católicos e luteranos continuassem produzindo ricos frutos". "Hoje podemos, com gratidão, fazer um balanço dos muitos frutos significativos produzidos nessas décadas de discussões bilaterais", disse ele. Finalmente, o Papa sublinhou a importância do "ecumenismo de vida" que consiste em, "lenta e tranquilamente, remover barreiras e promover laços visíveis de unidade através do diálogo teológico e de uma cooperação prática, especialmente no âmbito das comunidades locais". "A minha esperança é que essas atividades ecumênicas proporcionem novas oportunidades para que os católicos e os luteranos estejam cada vez mais próximos em suas vidas, em seu testemunho do Evangelho e em seus esforços para levar a luz de Cristo a todas as dimensões da sociedade", concluiu.
A Reforma protestante projetou a fé à nova expressão da ação realizadora do homem, suscitada pelo capitalismo nascente na Europa.
O cristianismo que estivera preservado durante séculos nos monastérios católicos, dentro de um sistema de vida feudal e monárquico, agora adquiria identidade de negócio individual, bem expresso por Max Weber em "A ética protestante e o espírito do capitalismo".
O protestantismo deflagrou uma crescente rede de igrejas com concepções as mais variadas, de forma que hoje, principalmente as pentecostais, ainda que tenham identidade com o velho luteranismo, quase não possuem mais vinculos doutrinais.
Houveram conflitos de toda sorte, até violentos, mas ao longo dos séculos um e outro voltaram a manter um diálogo sobre suas diferenças.
Atualmente, já se chegou a um consenço sobre a "doutrina da justificação" ente luteranos e católicos. É um avanço.
"Esta Declaração Comum (DC) não contém tudo o que é ensinado sobre justificação em cada uma das Igrejas, mas abarca um consenso em verdades básicas da doutrina da justificação e mostra que os desdobramentos distintos ainda existentes não constituem mais motivo de condenações doutrinais"(declaração conjunta Católico-luterana).
Segundo a compreensão luterana, Deus justifica o pecador somente na fé (sola fide). Na fé o ser humano confia inteiramente em seu Criador e Redentor e está assim em comunhão com ele.
Segundo a compreensão católica a fé é fundamental para a justificação, pois sem fé não pode haver justificação. Como ouvinte da palavra e crente o ser humano é justificado por meio do batismo. A justificação do pecador é perdão dos pecados e ato que torna justo através da graça justificadora, que nos torna filhos e filhas de Deus.
E assim o diálogo vai em frente. Segue abaixo reunião entre o papa e uma delegação da Federação Luterana Mundial, chefiada pelo Bispo Munib A. Younan.
O diálogo não significa necessariamente superação de diferenças, mas de conhecimento delas e disposição em se aprofundar uma reflexão.
Deixo o texto abaixo como referência para quem se interessar. Não é possível se estender sobre os pontos de separação entre as duas doutrinas, pois são muitos os pontos. Em outra ocasião poderemos discutir melhor .
Importante é o fato do mundo estar mais aberto ao diálogo ecumênico.
Chega de guerras religiosas.
Também se avançou bastante no diálogo com os ortodoxos.
É preciso melhorar o diálogo com o islamismo.
A paz é a finalidade. Acreditar na paz.
O Estado laico é fundamental para a manutenção desta paz. A existência de "bancada evangélica" é o prenúncio de uma tentativa de Estado Religiosos Fundamentalista a ser combatido. Cada um pode e deve ter suas crenças religiosas, mas daí a querer impor sua religião a todo o Estado é outra coisa.
Já imaginaram se todos tiverem suas bancadas? Vamos acabar ficando igual aos estados islâmicos que obrigam a todos a seguirem a religião do Estado, e rompendo com as liberdades democráticas de culto, próprias do estado laico.
Segue o documento da reunião realizada
"CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) - Bento XVI expressou hoje sua esperança de que os anos que faltam para o 5º centenário do início da Reforma ajudem católicos e luteranos a refletir sobre o que conseguiram juntos no processo ecumênico e a continuar dando passos neste rumo. Isto foi afirmado ao receber em audiência uma delegação da Federação Luterana Mundial, chefiada pelo seu novo presidente, o bispo Munib A. Younan, que se encontra em Roma, em visita oficial. O Papa, em seu discurso, salientou a importância destes anos de preparação que restam até 2017, quando se cumprirá o quinto aniversário da publicação, por parte de Lutero, das 95 Teses de Wittenberg, um ato que marcou o início da ruptura com Roma. Nesta ocasião, recordou que a Comissão Internacional mista católico-luterana está preparando um novo documento conjunto, semelhante à "Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação", no qual se apresentará "o que os luteranos e os católicos são capazes de dizer juntos, neste momento, com relação às nossas cada vez mais estreitas relações, depois de quase cinco séculos de separação". Além disso, recordou a questão que a Comissão está discutindo nestes anos - "o Batismo e a crescente comunhão eclesial" -, apontando para a questão da eclesiologia como a "chave" do diálogo ecumênico. Esta questão da compreensão da Igreja como o principal pólo do diálogo ecumênico tinha sido apontada pelo presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Kurt Koch, em seu discurso na sessão plenária deste dicastério, no último dia 19 de novembro. O Pontífice afirmou que "os católicos e os luteranos estão chamados a refletir novamente sobre aonde nos levou nosso caminho rumo à unidade, e a implorar a guia e a ajuda do Senhor para o futuro". Também quis lembrar a visita anterior, de 10 de novembro de 2005, de uma delegação da Federação, chefiada pelo então presidente, Mark Hanson, antecessor do bispo Younan. Na ocasião, recordou o Papa, "tive a alegria de receber seus antecessores e de expressar a minha esperança de que o contato estreito e o diálogo intenso que haviam caracterizado as relações ecumênicas entre católicos e luteranos continuassem produzindo ricos frutos". "Hoje podemos, com gratidão, fazer um balanço dos muitos frutos significativos produzidos nessas décadas de discussões bilaterais", disse ele. Finalmente, o Papa sublinhou a importância do "ecumenismo de vida" que consiste em, "lenta e tranquilamente, remover barreiras e promover laços visíveis de unidade através do diálogo teológico e de uma cooperação prática, especialmente no âmbito das comunidades locais". "A minha esperança é que essas atividades ecumênicas proporcionem novas oportunidades para que os católicos e os luteranos estejam cada vez mais próximos em suas vidas, em seu testemunho do Evangelho e em seus esforços para levar a luz de Cristo a todas as dimensões da sociedade", concluiu.
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