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Mulher saudita levará dez chibatadas por dirigir um carro

Vamos colocar a questão em pratos limpos. O Estado Laico é o que melhor representa os direitos dos povos e é uma conquista de nossa época. O Estado Laico representa também uma defesa das minorias, como a das mulheres e das próprias religiões que são minoritárias. Veja matéria que retirei do IG

 

Decisão judicial inédita é tomada dois dias depois de rei anunciar que mulheres poderão votar e concorrer nas eleições de 2015
 
 

Foto: AP Ampliar
Em imagem de vídeo divulgado pela Change.org, saudita dirige carro como parte de campanha para desafiar proibição à direção feminina na Arábia Saudita (17/6)

Uma corte sentenciou uma mulher a dez chibatadas por desafiar a proibição do reino contra a direção feminina, a primeira vez que uma punição legal é dada pela violação do banimento. Outras mulheres ficaram detidas durante dias, mas não foram sentenciadas pela Justiça.

De acordo com a ativista Samar Badawi, Shaima Jastaina, na casa dos 30 anos, foi declarada culpada nesta terça-feira por dirigir sem permissão do governo em Jeddah em julho. A sentença deve ser cumprida dentro de um mês.
Normalmente, a polícia apenas para as motoristas, as questiona e as deixa ir depois de assinarem uma promessa de que não cometerão a infração novamente.
A organização Women2drive, que defende o direito de as mulheres dirigirem na Arábia Saudita, disse que já apelou da sentença.

A decisão judicial tornou-se mais perturbadora por ter sido tomada dois dias depois de o rei saudita, Abdullah, ter anunciado que as mulheres terão o direito de votar e concorrer nas eleições locais do país pela primeira vez a partir de 2015.

Os sinais mistos revelam o desafio para Abdullah, conhecido como um reformista, de pressionar gentilmente por mudança sem antagonizar o poderoso clero e um segmento conservador da população.

Ao permitir a participação política das mulheres, Abdullah disse que tinha o apoio oficial do conselho clerical, mas a sentença desta terça-feira representa uma retaliação dos religiosos linha dura que controlam as cortes e supervisionam a intrusiva polícia religiosa.

"Nosso rei não merece isso", disse Sohila Zein el-Abydeen, membro da estatal Sociedade Nacional para os Direitos Humanos.

A Arábia Saudita, onde as mulheres não podem trabalhar sem a autorização de seus maridos ou pais, é o único país do mundo onde as sauditas e as estrangeiras são proibidas de dirigir.

Nenhuma lei proíbe oficialmente a prática, mas decretos religiosos conservadores a baniram.

Em meses recentes, várias mulheres dirigiram veículos em cidades sauditas em uma tentativa de pressionar a monarquia a mudar a lei.

Para se deslocar, as sauditas precisam contratar um motorista e, se não tiverem de US$ 300 a US$ 400 mensais para pagar por esse serviço, dependem da boa vontade dos homens da família.

O ícone da campanha foi Manal al-Sharif, uma jovem especialista em informática, libertada em 30 de maio após ter permanecido detida por duas semanas por ter desafiado a proibição de dirigir e publicar no YouTube um vídeo no qual aparecia ao volante.

Najalaa Harriri, que é uma das outras duas mulheres que também enfrentam uma ação judicial por dirigir, disse à Associated Press que precisava usar um carro para cuidar melhor de seus filhos.
*Com AP, BBC e New York Times

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