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Invasão da Embaixada israelense no Egito põe os militares contra a parede



Manifestantes entram em confronto com a polícia em frente à embaixada israelense no Cairo (Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reutrers)

A cada dia que passa vai sendo desmascarada a isenção dos militares egípcios, ao mesmo tempo em que se caracteriza o caráter de fundamentalismo religioso do movimento social que acontece por lá.

Inicialmente o movimento social no Egito representou um canal de expressão dos jovens que não tinham oportunidades de trabalho, nem qualquer perspectiva de vida.

Os militares, que estavam no poder, fizeram de conta que não era com eles, e acompanharam toda a movimentação sem confrontar-se, esperando habilmente o refluxo do movimento, para encontrar uma saída em que se entregavam os anéis, mas permaneciam os dedos.

Por isso Moubarack tornou-se, junto com alguns de seus ministros o responsável direto daquela exclusão, com o aval dos militares e como se ele não fosse militar.

Os militares o mantém preso, mas não deixam a carniça, como se diz no interior.

Logo, o movimento social egípcio foi se dando conta da farsa,  decidiu ir encostando na parede os militares.

O mote foi a invasão da embaixada de Israel, já que as mortes de 5 soldados egípcios por soldados de Israel, não chegaram a levar a um rompimento de Estado para Estado.

Como o Governo interino do Egito mantém os compromissos com os EUA e Europa, este rompimento com Israel fica impossível, nas atuais condições.

Isto se torna um bom prato para o movimento social explorar, desmascarando os militares.

Com a invasão da embaixada do Egito, a morte de 3 pessoas e o ferimento de 1000, número expressivo, é de se supor que a situação do Egito se radicaliza a cada dia, podendo-se antever confrontos mais sérios, como os que ocorrem na Síria, e já ocorreram na Líbia, antes da Otan, é claro.

A previsão é de que num médio prazo ocorrerá um grande confronto destas nações com Israel, seja por haver Estados ocupados pelo fundamentalismo islâmico, seja para estes Estados desviarem seus problemas internos para outro foco. Israel, por seu turno, já percebe esta tendência e com sua posição belicista, tudo pode acontecer.

Deve-se considerar que já existem nações com a bomba atômica, o que pode levar o conflito a uma agudização mundial.
O fato é que num prazo de pelo menos uns 5 anos, deve haver um grande confronto na região. É o que penso assistindo este panorama de mudanças no Oriente Médio.

Espero estar enganado, e assistir um Estado Palestino surgindo de um diálogo entre as partes, como forma de se evitar nova guerra, além de reconhecer um direito legítimo do povo palestino ao seu território..


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